O uso da testosterona ou outros hormônios andrógenos derivados dela, como os vários esteróides anabolizantes existentes, tem se tornado bastante comum. Isso se deve em parte ao reconhecimento do tratamento do hipogonadismo (deficiência de testosterona) com a terapia de reposição de testosterona (TRT) e em outra parte ao uso dessas substâncias com o objetivo de melhora da performance esportiva e ganhos estéticos por aumento de massa muscular (hipertrofia) e perda de gordura.

Essas substâncias são de fato medicamentos seguros e eficazes no tratamento de diversas condições de saúde quando usadas em doses razoáveis, prescritas e acompanhadas por um médico com experiência no assunto.

Porém, quando usadas de maneira irregular, sem orientação médica e os cuidados necessários, além de vários efeitos colaterais durante o uso, podem deixar complicações ou sequelas de longa duração ou até permanentes.

Entre elas, o hipogonadismo, a falta de testosterona. Isto ocorre porque ao usar os esteróides, o organismo entende que não precisa produzir mais testosterona pois já está recebendo uma dose suficiente. Esse processo, conhecido como inibição do eixo hipotálamo hipófise gonadal (testicular), é esperado após algum tempo de uso desses medicamentos e pode ser reversível ou não.

Na maioria das vezes é reversível. Algumas vezes, espontaneamente, outras com tratamento para recuperação do eixo (terapia pós ciclo, TPC). Esse tratamento é, porém, fundamental para acelerar essa recuperação da produção hormonal normal. Não realizá-lo pode significar a perda de tudo que foi ganho durante o ciclo, além de conviver com os sintomas do hipogonadismo, que podem ser bastante importantes.

Os sintomas principais do hipogonadismo pós uso de anabolizantes incluem diminuição da libido (falta de desejo sexual), disfunção erétil (dificuldade de ereção), além de cansaço, falta de energia e perda de massa muscular e ganho de gordura. Além do fator fertilidade, que também será afetado de maneira variada, podendo levar a uma parada da produção de espermatozóides ou até a atrofia do testículo e infertilidade.

O impacto que essas medicações vão causar no homem varia muito, dependendo de qual foi a substância, do tempo de uso, das doses usadas, número de usos durante a vida além de fatores pouco conhecidos de cada organismo que predispõe a um impacto maior ou menor.

Não podemos culpar a substância pelos efeitos colaterais e complicações, mas sim o mau uso dela, pois usada de maneira correta e responsável, os efeitos colaterais são minimizados e são comparáveis com os de qualquer outro medicamento comumente usado.

Para a prevenção desses efeitos colaterais e complicações e para o tratamento deles e recuperação, tanto da produção hormonal normal de testosterona como da fertilidade, procure um Andrologista com experiência em tratamentos hormonais.